quarta-feira, 29 de julho de 2020

Capítulo 100


Ficamos ali naquela espera por notícias, que mais parecia uma eternidade. Eu estava inquieto, com meu coração a mil e me sentindo até culpado pelo o que estava acontecendo. Afinal, quem insistiu nessa história de terceiro filho foi eu.
laura: eles estão demorando pra dar notícias.
júnior: eu não paro de pensar nisso
gil: será que aconteceu alguma coisa grave?
jota: vira essa boca pra lá, gil
neymar: calma, vamos pensar positivo.
Nessa hora, eu não conseguia pensar mais nada, só queria saber como a malu estava, porque essa demora toda por notícias, não é normal. Depois de uma hora, que mais parecia dez, a médica veio falar com a gente. Assim que ela chegou, eu levantei na hora.
júnior: e aí, doutor, tudo bem com ela?
paola: agora tá tudo bem
laura: foi muito grave?
júnior: e o bebê?
paola: então… a maria luiza sofreu uma hemorragia muito forte, que acabou ocasionando em um aborto espontâneo. 
júnior: não… não - coloquei as duas mãos no rosto e comecei a chorar - não pode ser.
neymar: filho, calma. Vocês ainda são jovens, oportunidades não vão faltar pra que ela engravide de novo.
álvaro: seu pai tá certo, irmão. 
paola: é que tem mais uma coisa.
laura: o que? é alguma coisa com ela? 
paola: como eu disse, a maria luiza sofreu uma hemorragia… olha, nós tentamos de tudo mas infelizmente tivemos que fazer uma histerectomia.
laura: histere o que?
júnior: o que isso significa?
paola: nós tivemos que retirar o útero dela, era é o que tinha que ser feito para salvar a vida dela. 
laura: meu deus - ela colocou as duas mãos no rosto e me olhou - juninho…
júnior: a culpa é minha
laura: não, não fala isso - ela me abraçou - você não tem culpa nenhuma.
júnior: eu que insisti por esse terceiro bebê.
gil: a gente vai poder ver ela?
paola: sim, ela está voltando da anestesia, mas só duas pessoas.
jota: vai, juninho.
laura: eu quero ir junto.
neymar: vão vocês dois então 
paola: estão levando ela pro quarto, quando estiver tudo certo, vocês serão avisados. Eu ainda preciso dar a notícia pra ela. Com licença.
Eu estava despedaçado com essa notícia, eu não consigo imaginar como vai ser pra malu quando ela descobrir isso. única coisa que eu conseguia pensar, era o quanto eu sou culpado por tudo isso. Depois de meia hora de espera, fomos liberados para ir ver a malu. Quando abri a porta do quarto, a médica estava contando pra ela que, assim que ouviu a notícia, caiu no choro.
júnior: eu não vou conseguir fazer isso - fui sair mas a laura não deixou.
laura: não, ela precisa de você 
Respirei fundo e entrei no quarto. 
  • Júnior off
Acordei na sala de cirurgia, parece que tudo que aconteceu antes de eu chegar aqui, estava como um borrão na minha mente, mas lembro perfeitamente como vim parar aqui. Uma enfermeira falou comigo e foi me levando para o quarto. Assim que entramos no quarto, foram ajustando tudo ali direitinho.
malu: você sabe o que aconteceu?
xxx: a doutora paola já vem conversar com você, tá bom?! - assenti que sim e ela saiu do quarto.
Bateram ali na porta, entrou uma mulher e mais um homem, ela se apresentou como doutora paola e ele doutor henrique. Os dois perguntaram como eu estava, conversaram um pouco e quando ela me contou sobre o aborto e a minha cirurgia para a retirada de útero, meu coração despedaçou e eu comecei a chorar. Olhei pra porta e vi o júnior ali com a laura. Ele veio até mim.
malu: jú… - ele não falou nada e me abraçou - acabou, amor, acabou tudo.
júnior: calma, tá tudo bem, eu to aqui com você
Nem sei por quanto tempo nós ficamos ali abraçados. Eu só sabia chorar, não conseguia pensar em mais nada. Além de perder o bebê, agora meu sonho de ter mais um filho também foi arrancado de mim. 
laura: amiga - ela me abraçou - a gente tá aqui com você, não importa o que aconteça.
malu: e agora? o que vai ser?
júnior: não vamos mais pensar nisso, não é o momento. O que importa é que você tá bem, com saúde, que você tá aqui com a gente.
laura: é verdade, malu.
júnior: eu não vou sair do seu lado - ele segurou minha mão e sentou ali na cama comigo - tá sentindo alguma dor?
malu: não, só quero saber quando eu vou poder ir pra casa, ver meus filhos.
laura: acho que talvez amanhã pela manhã, no começo da tarde.
Eles ficaram ali comigo, me consolando e me ajudando a entender o porque disso tudo. A enfermeira entrou ali no quarto, ela fez alguns exames em mim. Perguntei sobre a minha alta e ela disse que não sabia, mas se soubesse de algo, ia me informar. A laura logo foi embora com os meninos, pedi para ela me mandar notícia das crianças. Ficamos só eu e o júnior ali.
malu: você não tem treino, amor?
júnior: to nem pensando em treino com você assim, malu. Primeiro a sua saúde.
malu: por que isso teve que acontecer com a gente, jú? 
júnior: amor, são os planos de Deus… sei que Ele tem algo muito melhor pra gente mais pra frente.
malu: desculpa te decepcionar e não poder te dar mais um filho.
júnior: malu, você não tem culpa de nada, para de falar isso. E outra coisa, esse não é o momento da gente pensar nisso. Sua vida e sua saúde em primeiro lugar. E hoje em dia, existem tantas outras maneiras de ter um filho… a oportunidade não vai faltar. Mas esse não é o momento da gente falar disso. Quero que você fique bem - deitei minha cabeça no seu ombro e ele beijou minha testa - te amo.
malu: te amo
O jú ficou ali me dando carinho, conversando comigo e eu acabei dormindo, estava exausta e precisando descansando. 
(...)
A tarde, a médica veio conversar comigo, perguntar como eu estava e também me examinou. Ela falou, que se tudo der certo, amanhã eu recebo alta e que preciso de repouso absoluto. Acho que a pior parte de tudo isso era contar para as pessoas da família o que aconteceu. Minha mãe, assim que recebeu a notícia, disse que estava vindo, mesmo eu falando mil vezes que não precisava mas, como ela mesma disse “é coisa de mãe” e ela só vai se sentir mais tranquila quando me ver pessoalmente. A enfermeira me ajudou a tomar banho e depois eu voltei pra cama.
júnior: sua mãe tá vindo, né?! tava falando com ela.
malu: pois é, eu disse que não precisava, mas você conhece a dona letícia.
júnior: conheço e você é igualzinha a ela - ele me deu um beijo na testa - tá se sentindo melhor?
malu: sim, muito melhor. Um banho parece que me deu uma revigorada, apesar de ainda não entender o porquê de tudo isso.
júnior: já falei, amor, Deus sabe de todas as coisas - ele me deu um selinho - mas a única certeza que eu posso te dar, é de que eu te amo e não vou sair do seu lado nunca, nunca.
malu: obrigada, jú.
Quinta, 16 de julho 2020.
Minha alta acabou sendo adiada por mais um dia, por causa dos meus dois filhos pequenos, a médica achou melhor eu ir embora quando minha cicatrização estivesse mais evoluída e esse dia chegou. Depois que recebi minha alta, o júnior foi guardando minhas coisas e nós fomos indo embora. Agradeci muito a todo mundo que me ajudou e cuidou de mim nesses dias que fiquei por aqui e, fomos para casa.
malu: eu to morrendo de saudade das crianças.
júnior: eles também estão com saudades de você, amor. A alice pergunta o tempo todo - eu já fiquei com os olhos marejados - e o Lili tá com dificuldade pra dormir, porque sente sua falta.
malu: eu quero agarrar muito eles.
Chegamos em casa, saímos do carro, o júnior pegou minha mão e nós fomos entrando. Fomos ali pra sala e eu sentei no sofá.
júnior: eu vou lá buscar eles pra te verem.
jota: maluzinha - ele apareceu ali na sala com o álvaro - muito feliz que você voltou.
malu: eu mais ainda - os dois me abraçaram.
álvaro: você sabe que essa casa fica chata sem você atormentando a gente.
malu: sim, eu sei que faço muita falta - rimos 
O júnior apareceu ali na sala com as crianças e a alice, assim que me viu, correu até mim.
alice: mamãe.
malu: meu amor - dei um abraço super apertado nela e foi inevitável as lágrimas não rolarem - a mamãe tava morrendo de saudade.
alice: eu tava com saudade, mamãe 
malu: minha linda - passei a mão no rosto dela - você parece que cresceu nesses dias longe - ri. O Liam estava no colo do júnior, se jogando pra cima de mim - meu meninão - peguei ele no colo e fiquei enchendo de beijos - como é bom estar em casa.
andressa: amiga, que bom ter você em casa, sério - ela me abraçou 
malu: nem acredito que to em casa, finalmente.
Todo mundo me abraçou e me falou coisas tão lindas.
laura: amiga, tem uma pessoa que quer te ver também.
malu: quem? - minha mãe apareceu ali na sala - ai, mãe.
letícia: eu não via a hora de chegar, minha filha - ela veio me abraçar e eu chorei mais ainda - eu tive tanto medo de te perder ou de algo mais grave acontecer com você.
malu: eu to bem, mãe. Tá tudo bem.
letícia: graças a Deus - ela passou a mão no meu rosto - agora eu to aqui, pra cuidar de você.
malu: eu disse que não precisa, né?! 
letícia: e por que não precisava?
malu: você tem que ajudar o gi e a carol com o bebê
letícia: a carol tem a mãe dela que tá ajudando muito, quem precisa de mim nesse momento é você.
malu: te amo. 
Estar em casa é o que deixou meu coração preenchido e muito feliz. Ter as pessoas que eu amo a minha volta é tudo o que eu mais desejava quando estava naquela cama de hospital. (...) A noite, depois que demos o jantar das crianças, subimos para colocar eles na cama.
claudia: repouso absoluto, viu, vou monitorar você.
malu: ai, claudinha - revirei os olhos - você sabe o quanto eu odeio isso.
claudia: mas é necessário, né.
júnior: ainda bem que você vai ficar de olho nela, claudinha.
malu: coitada da claudia, amor. Já tem que ficar com as crianças.
claudia: ai, malu, como se isso fosse um incomodo pra mim. 
alice: mamãe, conta uma história pra mim?
malu: claro, meu amor - peguei um livro, sentei ali ao lado do berço dela e fui contando a história pra ela que logo dormiu.
Quando fomos colocar o Liam na cama, ele não queria dormir de jeito nenhum ali no berço.
júnior: amor, acho que ele quer dormir grudadinho em você.
malu: então vamos levar ele pra nossa cama - fui pegar o Liam no berço.
júnior: não, deixa que eu levo ele - pegou o Liam - você não pode fazer esforço.
malu: não posso nem pegar meu filho?
júnior: por enquanto, não 
Nós fomos pro nosso quarto, fiquei ali deitada com o Liam e ele logo dormiu, realmente o que ele queria era ficar grudadinho em mim. Assim que ele dormiu, levantei e fui pro banheiro. Escovei os dentes, tomei um banho, coloquei meu pijama e deitei com ele e com o júnior.
malu: como é bom poder dormir na minha cama, na minha casa.
júnior: melhor ainda é ter você aqui, amor 
Peguei meu celular e fui ver a mensagem no grupo das minhas amigas.
Andressa Cavalheiro 
Malu, já vai dormir?
     Hahahahaha sim, morrendo de sono e com saudades de dormir na minha cama
     E também estou em ótima companhia por aqui 😍
     
Laura Souza
Que coisa mais gostosaaaa
A gente ia te chamar pra assistir filme, mas tá liberada kkkkk
Marcela Franco 
Maluzinha, tão bom te ver em casa e assim grudada no Lili
Vc tá melhor?
     Muito melhor, graças a Deus 
     Não via a hora de chegar em casa e ficar com meus pequenos.
Carol Ginart
Meu coração já tava apertado longe com vc passando por tudo isso 
Mas agora to aliviada em saber que está tudo bem 
Conversei mais um pouco com as meninas e depois larguei o celular. Eu e o jú conversamos um pouco e eu dormi. Acordei no outro dia com o Liam se mexendo na cama, abri os olhos e ele já estava acordado.
malu: oi, meu meninão - fiz um carinho no rosto dele que sorriu, estiquei o braço para pegar meu celular e era 08:15. Me espreguicei e sentei na cama - vamos levantar? - peguei o Liam e fui pro banheiro, escovei os dentes e desci de pijama mesmo. Entrei na cozinha e o pessoal estava tomando o café da manhã - bom dia.
letícia: filha, por que não me chamou pra te ajudar?
malu: me ajudar com o que, mãe? - sentei 
claudia: já preparei a mamadeira dele - ela me entregou
malu: obrigada, claudinha 
O Liam deitou no meu colo e ficou mamando. Depois do nosso café da manhã, deixei minha mãe e a claudia com as crianças e subi. Tomei um banho, me vesti e quando saí do banheiro, o júnior estava arrumando a mochila.
júnior: to indo pro treino, espero não chegar muito tarde.
malu: vai tranquilo, meu amor - dei um beijo nele
júnior: você tá bem mesmo?
malu: claro que to, jú. 
júnior: qualquer coisa, me liga - revirei os olhos - é sério, maria luiza.
malu: tá bom, jú, eu sei
Nós dois descemos juntos, ele se despediu das crianças e saiu. Eu fiquei lá fora com as crianças, minha mãe, a claudia e minhas amigas. Ficamos aproveitando o dia lindo de sol que estava fazendo aqui em Paris. A alice e o Liam estavam super grudados em mim e eu até entendo, ficamos alguns dias separados e nem por chamada de vídeo nos falamos, porque isso ia fazer eles sentirem ainda mais a minha falta. Depois do almoço, meus pequenos dormiram e eu fiquei lá deitada no sofá, mexendo no celular. Comecei a pesquisar mais sobre histerectomia, o procedimento no qual fui submetida. Descobri que, mulheres que passaram por esse mesmo procedimento que eu, tiveram filhos através da barriga de aluguel, porque os óvulos foram preservados. Comecei a ler o depoimento de várias mulheres sobre isso e meu coração até acelerou. Talvez a barriga de aluguel seja o caminho, se no futuro eu e o júnior decidirmos por ter mais um bebê. Acho que foi a primeira vez nesses dias que eu me senti realmente animada e com esperanças. Eu só queria que o júnior chegasse em casa logo para que eu conte sobre isso pra ele...

terça-feira, 21 de julho de 2020

Capítulo 99


Acordei por vontade própria e estava sozinha na cama, estiquei o braço para pegar meu celular ali na cômoda e vi que era 10:45. Acho que fazia um tempo que eu não dormia tanto assim sem acordar. Me espreguicei e levantei da cama. Fui no banheiro, escovei os dentes e tomei um banho para “acordar”. Terminei, me enxuguei, me vesti, peguei meu celular e saí do quarto. Passei no quarto das crianças e como esperado, nenhum deles estava por ali. Desci e fui direto pro quarto de brinquedos, o júnior estava lá com os dois.
júnior: olha quem acordou
alice: mamãe - ela veio até mim e eu me agachei na frente dela.
malu: bom dia, meu amor - dei um beijo nela - tudo tranquilo por aqui?
júnior: claro que sim, papai tá dando conta de tudo
malu: nem precisou da ajuda da claudinha?
júnior: ela tá fazendo o almoço do Liam, só isso que precisei dela mesmo.
malu: você é ótimo, amor - dei um selinho nele e sentei ali no chão ao lado dele.
júnior: alice tá fazendo um chá pra gente.
malu: ah, eu também quero, filha.
alice: eu vou fazer 
Eu e o jú ficamos ali brincando com as crianças, até a claudia vir avisar que o almoço deles estava pronto. Fomos para a cozinha com os dois que almoçaram. Depois do almoço deles, nós quatro fomos lá pra sala. A tarde, o júnior foi pro treino. Aproveitei que as crianças estavam dormindo e fiquei fofocando um pouco com as minhas amigas. Ficamos babando nas fotos do Gael que nasceu nessa manhã. 
andressa: ai, ver essas fotos de bebê até bate uma vontade de ser mãe - rimos 
Segunda, 6 de julho 2020
Hoje é dia de consulta com a minha ginecologista e o júnior vai comigo, na verdade, eu nem chamei ele pra ir mas, ele faz questão para saber se está realmente tudo bem comigo. Depois do nosso café da manhã, ficamos um pouco com as crianças e quando era 10:15, nós saímos de casa. Entramos no carro e ele deu partida.
júnior: to nervosa
malu: por que, amor?
júnior: ah, sei lá
malu: relaxa, é aquela coisa de rotina 
júnior: mas eu sou ansioso, você sabe - ri 
Fiquei mexendo no meu celular enquanto íamos cantando as músicas que iam tocando.
maludopico bonjour 😗💚
                              
fe_dopico saudades demais 
loveneylu que gataaaa
maludopico @fe_dopico meu amor, eu que to com saudades de você 
Chegamos na clínica onde minha médica atende, o júnior estacionou e nós entramos. Falei com a recepcionista e fiquei ali esperando. Depois de uns 15 minutos, minha médica me chamou.
carla: oi, casal. Quanto tempo - ela nos deu um abraço e nós sentamos - como estão? e as crianças?
malu: estamos bem e as crianças cada vez mais lindas.
carla: ah, eu imagino. Acompanho você lá no instagram postando as coisas deles. Lili tá enorme.
júnior: ele tá demais.
carla: bom, mas vamos ao que interessa. O que traz vocês aqui hoje? Rotina ou planos pra mais um bebê?
malu: os dois - rimos - nós queremos mais um bebê, mas eu primeiro quero saber se está tudo bem comigo e se posso engravidar sem problemas. A gravidez do Liam foi complicada, não quero passar por isso de novo.
carla: bom, malu, em dois anos você fez duas cesarianas, teve também um descolamento de placenta, é bem complicado querer engravidar agora, mais uma vez.
júnior: tem algum risco pra ela?
carla: sim, o útero da malu precisa de um “descanso”. Se ela tivesse parto normal e sem o problema do descolamento de placenta, seria tudo tranquilo. Mas engravidar agora é muito arriscado pra você. 
malu: a gente pensou mais pro final do ano, quando o Liam completar um ano.
carla: vou ser muito sincera com você, preservando sua saúde e desse futuro bebê, eu diria pra você engravidar daqui uns dois anos.
júnior: dois anos?
carla: é o mais recomendado pra ela.
malu: nossa, eu não pensei que seria tudo isso.
carla: vamos fazer assim, eu vou te pedir uma bateria de exames, pra ver se tá tudo bem mesmo com você e dependendo da situação, posso te liberar para engravidar no ano que vem.
malu: tá, tudo bem.
Ela ficou anotando o encaminhamento para todos os exames que eu precisava. Nós conversamos mais um pouco e eu fui liberada. Saímos da clínica, entramos no carro e o júnior deu partida.
júnior: dois anos… nossa.
malu: eu acho que não vai ter jeito mesmo, amor 
júnior: fazer o que? vamos ter que esperar mesmo 
malu: cê tá chateado, né?!
júnior: na verdade, acho que um pouco surpreso com toda essa situação, mas a sua saúde vem em primeiro lugar, amor. Se você não pode agora, então não devemos arriscar.
malu: agora que eu estava me animando com essa notícia - rimos 
Bom, o júnior só me deixou em casa e foi pro treino. Cheguei, fui tomar um banho, trocar de roupa e fui ficar com as crianças. 
claudia: e aí, como que foi?
malu: vetada de engravidar, por pelo menos dois anos.
laura: sério?
malu: sim, mas ela me pediu uma bateria de exames, se estiver tudo bem, talvez eu possa engravidar no ano que vem.
andressa: só porque eu estava animada com a ideia de ter mais um sobrinho - rimos 
malu: vai demorar um pouquinho.
Sexta, 10 de julho 2020.
Depois do almoço, fiz meus pequenos dormirem na soneca da tarde deles e, saí com a andressa e a laura. Hoje são elas quem vão me acompanhar nos meus exames, já que o júnior tem treino o dia todo. Chegamos lá no laboratório, me identifiquei e fui fazer meu primeiro exame, que é o de sangue. Passei a tarde toda fora de casa fazendo exames e cheguei em casa exausta. Quando cheguei, o júnior já estava em casa, ali na sala com as crianças. Já fui direto pro quarto tomar banho e me trocar para poder ficar com eles. Desci e a alice já veio me beijar.
júnior: você tá com cara de cansada, amor.
malu: eu to exausta, você não tem noção. 
júnior: fez tudo?
malu: sim, tudo. Agora tenho que marcar a consulta com a carla logo. 
júnior: vai dar tudo certo.
malu: tomara - ele me deu um selinho.
A noite, depois que colocamos as crianças na cama, eu e o jú fomos assistir filme na sala de cinema que temos aqui, passar um tempinho juntos, só nós dois. Depois que fiquei pronta, desci e fui pra sala de cinema. O júnior já estava lá.
júnior: nossa, gata assim só pra assistir filme comigo?
malu: você merece toda essa produção, amor 
júnior: gostei de ver - ele segurou meu rosto e me deu vários selinhos - tá linda demais.
malu: você também, preto 
Enquanto o júnior ia ajustando tudo pro filme, fiquei mexendo no celular e postei uma foto minha.
maludopico Arrumadinha pra ficar na sala assistindo filme com o marido 🍿
                              
mahfranco amiga, você é perfeitaaaaaa!!! Fico chocada com essa beleza toda
rafaella afff, tá maravilhosa, como sempre
neymarjr eu tenho muita sorte 
dopicolovers eu amo você demaaaais 
júnior: tudo pronto, blogueirinha - rimos 
Nós dois sentamos na mesma poltrona, que é bem grande. O júnior passou o braço por cima dos meus ombros, deu play no filme e me deu um selinho. Depois que o filme acabou, subimos. Passamos no quarto das crianças que seguiam dormindo e fomos pro nosso. Coloquei meu pijama, escovei os dentes e deitei. O júnior saiu do banheiro só de cueca e deitou ali comigo. Ele me abraçou, nós ficamos conversando um pouco e dormimos. 
Segunda, 13 de julho 2020
Hoje é dia de mais uma consulta com a carla, mas hoje é importante, dia de entregar meus exames pra ela e saber se está tudo bem comigo. Logo depois do café da manhã, eu e o júnior saímos e fomos para a clínica dela. Chegamos lá, me identifiquei e em menos de 5 minutos, ela me chamou. 
carla: então, vamos ver esses exames - entreguei os exames pra ela que foi analisando tudo e me assustou quando ficou com os olhos arregalados.
malu: tá-tá tudo bem? - ela me olhou.
júnior: aconteceu alguma coisa? tem alguma coisa de errado aí?
carla: eu to chocada
malu: pelo amor de deus, carla. O que eu tenho? Tá tudo bem?
carla: malu, você tá grávida de 5 semanas.
malu: QUÊ?
carla: é, é o que tá aqui.
júnior: é sério?
carla: sim, eu to muito chocada
malu: meu deus… ma-mas como assim? eu nem tava sentindo nada.
carla: bom, aconteceu. Você tá grávida.
Olhei pro júnior que estava com os olhos marejados, era o que a gente, principalmente ele, queríamos. Mas eu não esperava que seria assim. 
malu: eu não consigo acreditar.
carla: malu, seus exames estão todos ótimos, mas como eu disse, é muito arriscado. Então, repouso total, ok?!
malu: eu tenho duas crianças, difícil.
júnior: pode deixar, doutora, eu controlo ela.
carla: é uma gravidez de risco, você precisa se cuidar, principalmente nesses primeiros meses. 
A carla foi nos dando todas as recomendações e já marcou meu primeiro exame de pré-natal. Ela também me recomendou algumas vitaminas que são importantes para uma gravidez de risco, como essa minha provavelmente seja. Nós nos despedimos dela e fomos embora.
júnior: amor, Deus é bom demais com a gente.
malu: eu to feliz, mas to muito chocada com tudo isso.
júnior: eu também, mas tudo no tempo de Deus, do jeito que tem que ser - ele pegou minha mão e beijou - nós estamos juntos nessa, mais uma vez. Vai ficar tudo bem, tá?! - assenti que sim - te amo.
malu: te amo - dei um selinho nele.
Passamos numa farmácia, comprei tudo que a carla pediu e depois fomos indo pra casa. Nós planejamos não contar nada pra ninguém acordar, vamos esperar o primeiro exame do pré-natal e fazer uma surpresa pra todo mundo. Quando chegamos em casa, todo mundo veio perguntar sobre a consulta e nós só falamos que estava tudo certo e que no ano que vem já vamos poder ter nosso terceiro baby. É difícil esconder isso da família, ainda mais convivendo na mesma casa mas, precisamos ser fortes para surpreender todo mundo com essa notícia maravilhosa. (...) A noite, depois que jantamos, fiquei ali na sala conversando com as meninas e o júnior foi jogar com os meninos. Quando era quase meia-noite, eu subi, porque estava bem cansada. Passei nos quartos dos meus pequenos que continuavam dormindo e fiquei imaginando como vai ser com mais um filho. Uma loucura, mas uma loucura boa. Fui pro meu quarto, coloquei meu pijama, escovei os dentes e deitei. Fiquei conversando com a carol que estava me falando sobre os primeiros dias de vida do Gael e eu babando nas fotos e vídeos que ela me mandou. Coloquei meu celular ali na cômoda e dormi. Acordei no meio da madrugada sentindo uma fisgada muito forte na barriga, tão forte que eu mal conseguia me mexer. Olhei pro lado e o júnior não estava na cama. Sentei com muita dificuldade e vi que estava sangrando, o que me fez ficar desesperada. Quando ia pegar o celular pra chamar o júnior, ele entrou no quarto.
malu: jú, me ajuda - ele me olhou assustado.
júnior: amor, o que tá acontecendo?
malu: eu to sangrando… nosso bebê
júnior: calma, calma, vai ficar tudo bem 
Eu nunca vi o júnior sendo tão rápido e prático para fazer as coisas. Só sei que quando dei por mim, ele me pegou no colo e foi saindo do quarto. 
malu: tá doendo muito, amor.
júnior: a gente vai pro hospital, vai ficar tudo bem
Ali na sala demos de cara com o jota e a laura que estavam subindo.
laura: malu, o que tá acontecendo?
júnior: eu preciso levar ela pro hospital, agora
jota: o que tá acontecendo?
júnior: não dá pra explicar, nós temos que ir - o jú foi pra garagem, destravou as portas do carro e me colocou sentada no banco do carona. Ele correu, entrou no carro e deu partida - calma, tá?! vai dar tudo certo - ele foi praticamente voando para o hospital.
  • Júnior on 
Meu coração estava muito acelerado vendo a malu naquela situação. Corri com o carro sem me importar com nada, olhar pra ela chorando de dor e possivelmente perdendo nosso filho estava deixando meu coração apertado. Eu não sabia como reagir direito a tudo isso.
júnior: a gente tá chegando, amor. Tá tudo bem - ela não falava nada e só chorava - eu te amo, tá tudo bem.
Estacionei praticamente na porta do hospital, gritei por ajuda e vieram atender a malu. Ela já foi levada as pressas e eu fui indo atrás tentando explicar tudo que estava acontecendo, apesar do meu francês não ser muito bom. Ele levaram ela e eu tive que ficar ali esperando. Meu celular começou a tocar, peguei ele do bolso e vi que era meu pai. Atendi e falei pra ele que estávamos no hospital. Depois de uns 20 minutos, chegaram meu pai, gil, álvaro, jota e a laura. Andressa ficou para ajudar a claudia com as crianças, caso ela precise.
laura: juninho, o que tá acontecendo?
júnior: a gente descobriu hoje que a malu tá grávida e ela acordou no meio da madrugada com muita dor e sangrando.
neymar: meu deus… e como ela está?
júnior: não sei, to esperando informação. Deixei o carro ali na frente de qualquer jeito.
álvaro: dá a chave, eu estaciono pra você direitinho, irmão.
júnior: valeu alvarito - entreguei a chave pra ele que foi lá pra fora - eu to com medo de acontecer alguma coisa grave com ela - sentei e coloquei as duas mãos no rosto.
gil: calma, irmão, vai dar tudo certo 
jota: a malu é forte, vai ficar tudo bem com ela e com o bebê.
Ficamos ali naquela espera por notícias, que mais parecia uma eternidade...